quarta-feira, 6 de maio de 2009
30 Abril 2009 - 00h30
Especialistas preocupados com suicídio
Crise e desemprego levam à depressão


A crise económica e o desemprego conduzem a quadros de depressão na população portuguesa e, de acordo com os especialistas, aumentam o risco de suicídio.

"O desemprego impede a pessoa de trabalhar, destrói famílias e aumenta o alcoolismo, que é um factor que está muitas vezes associado ao suicídio", explicou Mário Jorge Santos, da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.
Já os casais em que ambos os cônjuges perdem o emprego, os comportamentos depressivos e autodestrutivos são cada vez mais frequentes.
Por outro lado, o psiquiatra Nuno Pedro Gil acredita que não há receitas contra a depressão: "Não há cápsulas, comprimidos ou terapias capazes de resolver problemas como a pobreza ou a miséria". Durante o dia de hoje o tema ‘Isolamento e Suicídio’ é debatido em Beja, num seminário organizado pela Rede Europeia Anti-Pobreza.
Tratar a depressão
Muitos afectos e terapia à medida


Vontade de chorar, desânimo, irritabilidade e cansaço há mais de três semanas? Pode ser uma depressão. Procure ajuda e reencontre o equilíbrio e bem-estar.

Em Portugal, estima-se que, todos os anos, 1 milhão de pacientes sofre da doença, mas só um quarto chega aos cuidados médicos. Muitos têm dificuldade em procurar um médico, por julgarem que é sinónimo de fraqueza de carácter. Mas é uma doença como qualquer outra: pensa-se que se deve a um desequilíbrio químico, ao nível do cérebro, e emocional. Os tratamentos passam por psicoterapia e /ou medicação. O importante é que o paciente dê o primeiro passo e procure ajuda.

Sintomas Típicos:
  • Tristeza e desânimo
  • Irritabilidade
  • Pessimismo
  • Baixa auto-estima, sentimentos de culpa
  • Perda de interesse por actividades que davam prazer
  • Fadiga
  • Perda de libido
  • Distúrbios do sono (insónias ou excesso de sonolência)
  • Dificuldades de concentração e memória
  • Alterações do apetite (perda ou excesso)
  • Ansiedade
  • Pensamentos recorrentes sobre a morte ou suicídio.

Medicação útil

A eficácia dos tratamentos varia de paciente para paciente, sendo, muitas vezes, necessário experimentar vários medicamentos e dosagens, para obter resultados. Em geral, estes só surgem duas ou três semanas após o início do tratamento. Depois de acertar na medicação será aconselhável manter o tratamento durante quatro a seis meses ou mais.

O paciente não deve faltar às consultas regulares, nem abandonar a medicação logo que se sinta melhor. Os riscos de recaídas são grandes e o desmame deve ser gradual, para minimizar os efeitos de privação, como o nervosismo, tremores e insónias.

O apoio e a compreensão dos familiares e amigos é fundamental para a extinção do problema.